ABSORVENTES INTERNOS E A SÍNDROME DO CHOQUE TÓXICO

Há poucos meses, o caso da modelo americana que precisou amputar a perna direita devido a uma infecção possivelmente causada pelo uso de absorventes internos chamou a atenção das mulheres do mundo todo para a “Síndrome do Choque Tóxico” (SCT).

Descrita pela primeira vez em 1978, é uma doença rara, que pode atingir ambos os sexos e é caracterizada pelo conjunto de sintomas causado pelas toxinas de bactérias Gram-positivas, em especial a Staphylococcus aureus. Essas toxinas desencadeiam uma série de reações graves que podem culminar em insuficiência renal aguda e morte.

Segundo a Dra. Renata Lopes Ribeiro, médica-assistente da Clínica Obstétrica do Hospital das Clínicas da FMUSP e membro da equipe de Medicina Fetal do Fleury e da Maternidade São Luiz (SP), a maioria dos casos de SCT foi associada ao uso de tampões, pois o acúmulo de sangue menstrual coletado por muitas horas e a composição dos absorventes internos usados antigamente favoreciam a proliferação da bactéria.

“Nas últimas décadas, houve uma série de modificações na composição desses absorventes e se estabeleceu um padrão para sua utilização, diminuindo o número de ocorrências de SCT ligadas ao seu uso. Atualmente, os casos relatados estão mais associados a outros focos infecciosos, como feridas operatórias”, revelou a médica.

Hoje em dia, os casos de SCT devido ao uso de absorventes internos são pouco prováveis, mas o risco existe, principalmente se a mulher usar o mesmo absorvente por mais de 8 horas.

Se você estiver usando absorventes internos e apresentar febre alta, dor muscular generalizada, náuseas e vômitos, pressão arterial baixa, alterações na pele como vermelhidão e erupções, procure um médico. O tratamento da SCT deve ser iniciado o mais rápido possível.

O uso de absorventes internos é seguro; no entanto, é preciso seguir algumas regras para sua utilização e colocação.

Há vários modos de inserir o absorvente, e cada mulher deve buscar a posição que lhe é mais confortável. Um jeito prático que costuma dar certo é colocar-se em pé, com uma das pernas um pouco flexionada e apoiada no vaso sanitário. Nessa posição, insira o absorvente com o dedo ou o aplicador. É muito importante lavar as mãos antes de introduzir o tampão.

Quando bem inserido, a mulher não sente nenhum desconforto. Para retirá-lo, é preciso puxar o fio ligado a ele, cuja extremidade fica para fora do corpo. Procure fazer isso o mais relaxada possível. Caso não consiga, use os dedos.

A troca deve ocorrer no intervalo de 2 a 4 horas, dependendo da intensidade do fluxo. Como o sangue acumulado por muito tempo (mais de 6 horas) é um meio favorável para o surgimento de fungos e bactérias, além de provocar odor desagradável, quem tem fluxo intenso deve trocar o absorvente com mais frequência.

Os absorventes internos podem ser usados para dormir, durante a noite, desde que seja respeitado o intervalo de troca.

Ainda de acordo com a médica, toda mulher pode usar absorvente interno, inclusive as que ainda não tiveram relações sexuais. O hímen, membrana muito fina e elástica que costuma ser rompida na relação sexual, não se rompe com o uso de absorvente interno.

No entanto, nem toda mulher se sente bem ao usar esse tipo de absorvente. Nesse caso, a melhor opção continuam sendo os absorventes externos.






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