Mãe mostra seu corpo antes e depois da gravidez para fazer depoimento poderoso sobre beleza e autoestima

Em um mundo repleto de selfies impecáveis e corpos perfeitos compartilhados incansavelmente nas redes sociais, a australiana Laura Mazza saiu na contramão e resolveu publicar uma foto sua onde compara seu corpo antes de ter filhos e depois de passar por duas gestações.

A imagem, acompanhada de um depoimento poderoso, foi uma maneira que Laura encontrou de encorajar mães a aceitarem seus corpos, que acabam mudando bastante após a gravidez e amamentação.

“À esquerda está o meu corpo antes das crianças. Não havia estrias, e a barriga era reta e lisa. O corpo da foto da direita está comigo agora. As pessoas não querem ver esta foto, porque ela não é agradável para os olhos. Não é um corpo para se admirar. Mas você quer saber? Com este corpo, eu fiz duas vidas. Este corpo deve ser comemorado e admirado, independente se ele é P ou G”, disse em um trecho do texto.

Laura diz que seu principal objetivo ao dividir sua experiência na internet é empoderar mães mundo afora para que elas se sintam livres da ditadura da beleza, e amem seus corpos maravilhosos como eles realmente são.

Leia o texto na íntegra (abaixo o original, antes tradução livre feita pelo Hypeness):

“Não, isto não é uma foto de “‘antes e depois’ de perda de peso. Mas é uma história vencedora.

Escrevo isto direto do meu coração. Dói.

Na esquerda – Este era meu corpo antes de ter filhos.

Sem marcas ou cicatrizes do piercing no umbigo. Um umbigo que estava alto. Um estômago liso. Eu estava sempre em dieta na época. E esta foi a melhor dieta que já fiz. Eu tirava fotos do meu progresso. Postar esta foto não seria mau, sou eu em biquíni. É socialmente aceite.

Eu tirei fotos da evolução porque significavam que eu estava mais próxima do peso que me faria amar-me a mim mesma. Eu não comia hidratos, e praticamente nenhum vegetal. Só carne. Mas eu amava porque estava perdendo peso rapidamente e quanto mais ossos sobressaíssem, mais eu me valorizava. Eu acabei odiando carne, e sofrendo sempre de azia. Mas eu olhei para essa foto, essa imagem de mim, como se eu estivesse gorda. Não havia nada errado com minha aparência. O meu corpo era meu.

Ninguém mais me diria nada, diriam apenas que eu parecia sarada, que estava saudável. Eu me lembro das pessoas perguntando como era minha rotina de exercícios… Elas me admiravam. Eu me admirava! Comprei um guarda-roupa todo novo. Estava tão orgulhosa. Eu exibia meu corpo.

À direita estou eu agora. Marcas e cicatrizes. Um umbigo descaído. Mais cheia, não muitos ossos salientes, porém mais covinhas que representam a celulite. As pessoas não querem ver essa foto. De repente, não é legal. Não é mais agradável aos olhos. Não é um corpo para ser admirado.

Este corpo não é apenas o resultado da carne. É o resultado de comer de tudo. Frutas, vegetais, hidratos, pasta, arroz, bolos, chocolate… Por vezes 20 nuggets de frango. Peixe… Nem sempre é saudável, mas 99% é sim. Os nuggets são para quando eu estou cansada… Sério.

As cicatrizes e marcas e barriguinha são porque eu ‘fiz humanos’. Eu comi um pouco mais de bolo, eu bebi um pouco mais de vinho. Eu fiz biscoitos às nove da noite e me aconcheguei no sofá com meu marido. Mas por alguma razão, eu já não amava este corpo. É triste.

Este corpo não merecia lingerie sexy, ou um novo guarda-roupa. Às vezes eu não queria nem tirar fotos de gravidez porque tinha vergonha de quão grande parecia. Eu não admirava este corpo.

Eu sentia que as pessoas estão me forçando a amar meu corpo. ‘Você só tem um’… Bom, não quero saber. Eu quero ser magra. Mas merda, quando eu era, eu não era feliz. E eu certamente não era saudável.

Mas sabe que mais? Eu consegui mais com este corpo do que com o meu antigo. Eu comi mais comidas. Eu vivi mais, eu me dei mais, eu aproveitei mais. Eu criei uma vida. Este corpo, ESTE corpo deveria ser celebrado e admirado.

Eu deveria me admirar. Eu deveria me amar.

Eu entendo agora. Celebrar todos os tipos de corpo. Todos os tipos de corpo e as histórias que vêm com eles. Acima de tudo, A PESSOA deve ser celebrada. Corpos saudáveis devem ser celebrados. Saúde deve ser aquilo pelo qual lutamos. Mentes saudáveis, jornadas saudáveis e o que quer que seja que isso reflita no nosso corpo, deveríamos admirar.

Eu continuo querendo olhar a primeira foto, sem dúvida. Eu tenho saudades daquele corpo, me deixa triste. Mas eu quero chegar lá de forma saudável, mental e fisicamente. Eu quero ter orgulho e estar em paz com este corpo. E eu quero gostar do que eu tenho agora.

Não interessa qual o seu tamanho. Você merece ser celebrada. Lingerie sexy E um guarda-roupa.

Então ame seu corpo, porque você realmente só tem um! (nesta vida ?)

E ainda é sexy usar cueca de vovó! Woop woop!

O amor te torna gorda – The Mum on the Run“






Sobre a inteligência, a força e a beleza feminina.