Só fazem com você o que você permite, então, pare de permitir!

Por Viviane Battistella

Só fazem com você o que você permite, então, pare de permitir!

Pesquisas dizem que a cada cinco minutos uma mulher é agredida no Brasil.

Feministas radicais se perdem em suas reivindicações ao manifestarem-se de forma agressiva.

O machismo caminha firme nas entranhas de uma sociedade hipócrita e burra na qual alguns ainda se acham no direito e tratar o outro como coisa, seja este outro ser humano ou mesmo um animal de outra espécie.

Estamos vivendo em uma espécie de redoma na qual crescem os grupos radicais e extremistas, disseminadores de agressividade como única forma de comunicação.

Há duas grandes forças produzidas pela espécie humana: o afeto e a agressividade. A segunda vem vencendo as batalhas em todos os locais de convivência da espécie humana. Dentro das famílias, entre amigos, no trabalho, em todas as redes sociais seres humanos se agridem diariamente.

No trânsito, na fila do caixa, na agência bancária, nos call centers, nas prisões, nas escolas e onde mais se possa imaginar, observa-se todo tipo de agressão entre as pessoas.

A confusão entre o direito que se pensa ter de agredir gerou o equívoco de achar que se tem o dever de suportar.

Só quem se dispuser a passar um dia em uma delegacia da mulher – como eu consegui fazer uma única vez na vida – vai entender como é triste ouvir as razões que aquelas mulheres tentam dar a nós e a elas mesmas para justificar o comportamento de seus agressores.

Deixemos claro aqui que agressão não é só física e que nada no mundo justifica o silêncio de uma mulher diante do desrespeito de um homem a ela, assim como o inverso também não se justifica.

Nenhum ser humano, de qualquer gênero, raça, idade ou demais adjetivos que vocês queiram adicionar aqui possui o direito de agredir e/ou de desrespeitar seu semelhante sob qualquer desculpa ou justificativa machista, feminista, religiosa, moralista, revolucionária ou qualquer outra que possa existir.

Crianças que são criadas de modo a receberem como única forma de atenção dos pais a agressividade certamente se confundirão na vida adulta e sairão por aí agredindo ou aceitando agressão justificando-se internamente que esta é uma forma de demonstrar afeto. Não, não é!

Afeto é afeto e agressividade é agressividade, seja está física ou verbal.

O desrespeito sempre vem de um ser humano que não foi respeitado, não aprendeu a respeitar-se e por isso desconhece que seja obrigação respeitar o outro.

A falta de afeto inviabiliza a criação de vínculos e por isso alertamos tão insistentemente aos pais que amem a si, ao próximo e aos seus filhos para que assim possam educá-los e porque só assim eles se sentirão amados.

Quem não ama a si, não ama ao outro. Esta é a lei.

Pedimos insistentemente que as pessoas que carregam a incapacidade de se colocarem no lugar do outro e que percebam que não conseguem nem se comunicar e nem tampouco falar a linguagem do afeto para que procurem ajuda psicológica.

É preciso parar de criar meninos e meninas que amanhã serão protagonistas de boletins de ocorrência nas Delegacias de Defesa da Mulher porque não receberam afeto e seguem confusos agredindo e sendo agredidos.

A agressão e o desrespeito independem da luta feminista, das escolhas políticas, partidárias e filosóficas de cada um. Homens agridem. Mulheres agridem. Não se combate agressão com agressão, mas sim buscando a causa dos traumas que cada um carrega em sua história.

Se não dispusermo-nos a olhar para dentro e revisar o quanto a agressividade vence as lutas internas com o nosso afeto a sociedade seguirá carregando cada vez mais o radicalismo violento e intolerante.

Feministas produzirão machistas e machistas produzirão feministas – ambos incapazes de nada que não seja agredir.

Sem que o afeto passe a vencer a batalha, mulheres seguirão quietas imaginando-se amadas por quem as agride. Homens seguirão tratando mulheres como objeto.

A cura para tudo isso? Buscar e exigir respeito; custe o que custar.

 






Sobre a inteligência, a força e a beleza feminina.