Após 54 anos, filhos reencontram a mãe morando em um asilo

Essa é a história de um reencontro entre mãe e filhos que já parecia impossível pois eram mais de meio século sem contato e nenhuma notícia.

Maria Anunciada Pereira Cardoso, de 80 anos, a exatamente 54 anos atrás foi a capital paranaense par fazer um tratamento de saúde e nunca mais voltou. Os filhos, irmãos e parentes acabaram ficando para trás e nunca mais se ouviu notícia de Maria.

Maria foi à capital paranaense para fazer um tratamento de saúde e nunca mais voltou para casa, no interior do estado. Filhos, irmãos e parentes acabaram ficando para trás.

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O desaparecimento

Em 1964,  a família de Maria, morava em Campina da Lagoa, na região centro-oeste do Paraná. O marido João Alves Cardoso, na época notou uma mudança brusca no comportamento da Esposa e buscou tratamento no Hospital Colônia Adauto Botelho, que trata pessoas com problemas mentais e Pinhais, região Metropolitana de Curitiba.

Como João tinha que voltar para o interior e cuidar dos filhos, ele deixou Maria internada e retomou vida. Durante algum tempo ele fazia visitas à esposa, entretanto na última, ao voltar para casa, comunicou aos filhos que Maria havia desaparecido.

Consta nos registro hospitalares que ela tinha duas data de internação, sendo a primeira em novembro 1964 e tendo alta no ano seguinte; e a segunda em janeiro de 1972, com alta após três meses.

Através de pesquisa descobriu-se que no mesmo ano que ela recebeu a segunda alta, em documentos oficiais mostram um encaminhamento da paciente ao Asilo São Vicente de Paulo.

“Quando ela teve alta no hospital, foi necessário estar em outra instituição porque não tinha mais contato com a família. Então, chegou aqui no Asilo São Vicente”, disse o padre José Aparecido, diretor do Asilo São Vicente de Paulo.

Ninguém, nem a própria Maria consegue explicar o que aconteceu com ela entre os anos de 65 e 72.

O padre José Aparecido contou que Maria é muito tranquila e reservada. “Ela é muito tranquila, no cantinho dela, até passa desapercebido o seu dia a dia. Ela tem a sua rotina de [quase] 50 anos de levantar, ir para o banho, depois tomar o café. Aí ela vai fazer suas orações”

Mas o que diz a família?

“Quando o meu pai chegou aqui, nesse hospital, já não se encontrava mais ela, assim diz ele. Tinham dado alta para ela, e não a encontrou aqui”, afirmou Elias Alves Cardoso, filho de Maria.

Elias conta que a família procurou a idosa, mas não sabiam se ela ainda estava viva. Mas mesmo assim, os parentes nunca deixaram de ter esperança de encontrá-la.

Tudo começou a mudar quando um sobrinho de Maria contou a história da tia a uma amiga, foi ai que o caminho pra encontrar a idosa começou a ficar mais claro.

“Na verdade, foi um trabalho de 15 anos. Os filhos contaram com a ajuda de uma terceira pessoa, que nós não conhecíamos. Para nós, foram nos últimos dois meses que alinhamos todas as questões de realmente perceber se eram os familiares, se existiam, porque não tínhamos nenhum histórico. E nos últimos 60 dias, fizemos a aproximação e agora estamos na questão de resgate desse vínculo com a idosa”, relatou a supervisora do asilo, Mônica Freitas.

O reencontro da família

No dia 1º de abril deste ano, a família recebeu a notícia, e no mesmo mês aconteceu reencontro da idosa com a família. “Uma situação igual ao caso da mãe é uma coisa incrível, porque eu mesmo não acreditei que o meu primo tinha achado”, disse Elias.

Agora a família tem um trabalho importante de reavivar a memória da mãe, que ainda carrega as imagens dos filhos pequenos, o caçula tinha quatro anos quando viu a sua mãe pela última vez.

“Viveu a vida todo longe de nós, e nós longe dela. É muita emoção para mim”, afirmou Ezequias Alves Cardoso, o filho mais novo.

Com Informações:G1






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