“Devemos acordar cedo, tomar café da manhã com nossos filhos… educar é trabalhoso, mas do contrário, vai dar problema.” por Leo Fraiman
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Leo Fraiman na participação no programa Todo Seu chama nossa atenção para a importância de expor os filhos a situações desconfortáveis. Confira abaixo a transcrição do trecho.

É importante falarmos de dor. Devemos estimular nossos filhos a irem no cemitério quando um tio morre, a irem visitar a avó quando ela estiver doente, assim como devemos dizer a eles que não obtivemos sucesso em determinada situação. Isso é importante porque, em uma sociedade que exorta narcisistas, que cria pequenos imperadores, que oferece tudo e em que todos são sempre parabenizados pelas coisas mais simples, o esforço, a superação, a quietude, o autoconhecimento, a inteligência emocional e os valores parecem bobagens, pois só postamos nas redes sociais quando o nosso filho está fazendo embaixadinhas e a nossa filha está vestida de princesa, sendo que não devemos permitir que uma criança use maquiagem, já que isso lhe rouba a pureza, a paz e aquilo que é pueril. Precisamos deixar as crianças livres, deixá-las brincar e não ficar organizando sempre os seus brinquedos.

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Foto: Ilustração, Pixabay.

Se vivermos o tempo todo como se tudo fosse alegre, fácil e prazeroso, no momento de uma dificuldade nossos filhos ficam sem asas, então recorremos a professores particulares, psicoterapeutas etc. Apenas um psicólogo lidando com uma criança não faz milagre. O milagre da educação é que não há milagre, e, sim, trabalho duro. Devemos acordar cedo, tomar café da manhã com nossos filhos, dormir depois de dar um abraço neles… educar é trabalhoso, mas, se for feito com amor, há chances de dar certo, do contrário, vai dar problema.

Os jovens estão abandonados, gritando por amor e afeto. Nós adultos precisamos pensar no mundo que estamos oferecendo para as crianças: um mundo de muitos presentes e pouca presença, um mundo de exigências e pouco companheirismo, um mundo de parentesco e pouca familiaridade. Precisamos repensar se determinado ato que praticamos é realmente bom para nossos filhos ou se é bom para nosso ego e conforto, sendo mais barato e prático realizá-lo, no momento, porque não estamos com vontade de nos aprofundar na questão. Nas causas importantes não é a vontade que tem que nos guiar. A vontade não é uma boa condutora da vida, mas, sim, a escolha baseada em valores – isso é a competência emocional.

Independentemente dos problemas da vida, devemos batalhar todos os dias em honra aos nossos valores e dignidade. Portanto, quando nossos filhos têm um problema, precisamos nos unir a eles e pensar, juntos, em uma solução, pois para tudo há um jeito.

Transcrição parcial e adaptada do vídeo: A saúde mental de crianças e adolescentes – Programa Todo Seu.

Assista ao vídeo:

Leo Fraiman é psicoterapeuta, supervisor clínico e diretor da clínica Leo Fraiman de Psicoterapia e Gestão de Carreiras, também é especialista em psicologia educacional e mestre em psicologia educacional e do desenvolvimento humano pela Universidade de São Paulo (USP).






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