Autores

Hoje, despreza-se o que é autêntico e ama-se o que é falso

Parece ser inerente ao ser humano criar expectativas em relação a tudo, em relação às pessoas. Esperamos o pior ou o melhor do que está por vir e de quem faz parte de nossa jornada. Esperamos que as coisas aconteçam de determinada forma e que todos ajam conforme nossas perspectivas, seja quem conhecemos, sejam políticos, artistas, figuras públicas em geral. Porque ninguém quer frustração, nem dentro de si, nem lá de fora.

Queremos dar certo na vida, no amor. Queremos ter votado acertadamente, queremos que nossos ídolos ajam corretamente. Queremos ser valorizados no trabalho, na escola, nos círculos sociais. Muitos de nós não conseguimos lidar direito com rejeições e quebra de expectativas, pois isso requer equilíbrio, coragem e consciência sobre nossa própria responsabilidade no que ocorre. E é por isso que, muitas vezes, acabamos por nos enganar, conscientemente, alimentando ilusões que falsamente abrandam nosso sentimento de decepção e/ou derrota.

E é assim que, numa era em que a perfeição estética, a felicidade perene e o sucesso financeiro ditam as regras do jogo, torna-se ainda mais difícil digerir o que não dá certo, quem não é perfeito. Nesse contexto, a autenticidade vale menos do que a falsidade, em muitos aspectos, principalmente quando aquilo que não for real trouxer mais conforto do que uma verdade indigesta. Mesmo que se trate de mera aparência forjada, de encenação teatralizada, de perfumaria, verniz, patifaria.

Soma-se a isso a intransigência de muitos, hoje em dia, uma vez que várias pessoas são resistentes a perceber que podem estar erradas, que podem ter escolhido mal, que podem ter optado equivocadamente. Há muita dificuldade em mudar de opinião, em rever conceitos, repensar atitudes, em se olhar no espelho e encarar a necessidade de mudar os rumos das escolhas, dos pensamentos, do modo de vida. Com isso, é mais fácil se manter agarrado ao que já ruiu. Mudar dói.

Podemos até tentar nos confortar com mentiras que iludem, por temermos sair da zona de conforto, a qual, na verdade, nada mais faz do que incomodar. Podemos tentar manter velhas ideias, que já caíram por terra. Podemos tentar investir no que nunca terá futuro e ficar esperando o melhor de pessoas que nunca se dispuseram a nos ver como merecedores de algo. Mas a dor então será contínua e nunca cessará. Por outro lado, aceitar o erro e mudar também dói, mas passa. E a escolha é tão somente de cada um de nós.

  • Siga a Revista Bem Mais Mulher no Instagram aqui
  • Curta a Revista Bem Mais Mulher no Facebook aqui.
  • Prof Marcel Camargo

    "Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar".

    Share
    Published by
    Prof Marcel Camargo

    Recent Posts

    Tempo “gasto” com as amigas é tão importante para a saúde quanto fazer ginástica

    Tempo “gasto” com as amigas é tão importante para a saúde quanto fazer ginástica 20…

    20 horas ago

    4 Comédias da netflix com lições Filosóficas surpreendentes

    A Grande Aposta (2015), Adam McKay Em 2008, o guru de Wall Street Michael Burry…

    22 horas ago

    Dormir de Meias: descubra o segredo psicológico para dormir mais rápido

    Dormir de Meias: O Hábito Simples Que Pode Transformar Seu Sono Pode parecer apenas um…

    5 dias ago

    Escolha uma imagem e descubra a mensagem que o universo tem para você agora

    Olhe com atenção para as três imagens abaixo. Deixe que sua intuição fale mais alto…

    6 dias ago

    BiS SiGMA Américas: crescimento acelerado do iGaming no Brasil e ecossistema dinâmico

    Foto: Unsplash O crescimento acelerado do mercado de apostas esportivas e iGaming no Brasil atingiu…

    7 dias ago

    5 filmes de diretores famosos que você precisa ver na Netflix!

    Há diretores que simplesmente fazem filmes — e há os que transformam cada cena em…

    1 semana ago