Psicologia e Comportamento

Sou durona o suficiente para ser frágil

Você diz que eu sou frágil, sensível e sonhadora demais, que eu choro, amo, me emociono, me exponho, acredito demais. Você não entende como eu consigo ter as emoções assim tão à flor da pele. Você diz que insistir no mesmo erro é ingenuidade.

Aliás, você não entende como eu ainda insisto no amor mesmo depois de tanto me machucar. E você me acha fraca por tudo isso.

Você acha que demonstrar tudo o que sente o tempo inteiro é fraqueza. Você acha que viver 24 horas com o peito aberto para o mundo e o coração exposto é loucura. Você acha que eu sou fraca porque nunca consigo engolir o choro, principalmente assistindo finais de campeonatos de futebol com você.

O que eu posso fazer se a garra dos jogadores me emociona? Você acha que eu sou fraca e ingênua porque eu não consigo prever a crueldade das pessoas, porque eu não consigo detectar alguém mentindo para mim, porque eu me recuso a matar aranhas e abelhas e insisto em devolvê-las para a natureza.

Mas vou dizer uma coisa para você. Precisa de muita coragem para ser frágil e sensível. Viver todos os dias escondido atrás dos muros que protegem os seus sentimentos é fácil, não tem risco nenhum. Afinal, quem nunca aposta nunca perde, não é mesmo? Quem nunca ama, nunca se magoa. Quem nunca mostra sua essência, nunca é julgado.

Precisa de muita coragem para derrubar os muros e sair por aí sem proteção nenhuma, ou como você mesmo diz em tom de deboche, para ser frágil como eu. Ser sensível dói muito. O tempo inteiro.

Precisa de muita coragem para expor a pele ao fogo e estar sujeita a se machucar. E precisa de muito mais coragem para voltar a ser frágil depois de se queimar.

Sim, a vida é dura comigo também. A diferença entre você e eu é que desde pequena eu fiz uma escolha: não deixar que as cicatrizes definissem quem eu sou, não deixar que as pancadas da vida ditassem meus próximos passos, não deixar que os machucados me impedissem de amar, não deixar que a frieza e a violência de uns me tornassem fria também.

Continuo frágil, meiga, delicada. E sensível. Até demais. Sonho. Amo. Amo muito, até demais. E se doer, paciência. Sou forte o suficiente para amar de novo.

Se os sonhos forem despedaçados, paciência. Sou persistente o suficiente para acreditar neles de novo.

Sou corajosa o suficiente para me deixar quebrar em mil pedacinhos e me recompor outra vez. Sabe por que?

Sou durona o suficiente para ser frágil.

Leia também – Os gestos de carinho têm o poder de mudar tudo

Siga a autora pelo instagran @luizagarmendia

Texto publicado originalmente no site Entenda Os Homens

Luiza Garmendia

Luiza é formada em Artes Cênicas e em Publicidade e Propaganda, além disso estudou cinema e se formou no magistério. Já atuou em diversas áreas profissionais. Lecionou e dirigiu peças de teatro com crianças e adultos, trabalhou como atriz, diretora, dramaturga, produtora, figurinista, redatora, community manager. Frequentemente escreve peças teatrais infantis e contos.

Recent Posts

Sandra Bullock confessa: ‘Nunca deveria ter feito esse filme’

Sandra Bullock revela o filme que preferia esquecer: “Não faz sentido nenhum” Sandra Bullock já…

3 dias ago

Cientistas registram a morte pela primeira vez e revelam o que pensamos no fim

O que acontece no cérebro nos segundos antes da morte? Pela primeira vez, a ciência…

5 dias ago

Desafio Visual: Você Consegue Encontrar os 2 Rostos Escondidos em Apenas 6 Segundos?

A ilusão de ótica apresenta um desafio intrigante à percepção visual, sendo um modo fascinante…

1 semana ago

Sua cadeira cheia de roupas diz muito sobre você, Segundo a Psicologia

Você é uma daquelas pessoas que costumam deixar uma pilha de roupas em cima da…

1 semana ago

Desorganizado? veja o que isso revela sobre sua mente, segundo a psicologia

De acordo com a psicologia, a desorganização revela muito sobre os pensamentos e emoções de…

1 semana ago

Climatério e Menopausa: o que toda mulher precisa saber

Quando se fala em menopausa, é comum imaginar um longo período da vida da mulher…

2 semanas ago