Se algum dia eu estiver triste, não diga nada, só me ame

Por: Raquel Aldana

Se algum dia eu estiver triste, não diga nada, só me ame.

Porque às vezes, quando me sinto quebrada por dentro, não preciso que ninguém me recomponha, mas sim que alguém me acompanhe enquanto eu me recomponho sozinha.

Se você alguma vez você sentir a tristeza nos meus olhos dia após dia, não corra para me perguntar o que há de errado comigo, como estou ou o que me fez sentir assim. Por favor, primeiro tente me envolver com o calor da sua presença. Faça menos perguntas, me dê mais abraços.

Porque quando me sinto triste e mal, quando me dói a tristeza e minha mente trava, só preciso estar sozinha me sentindo acompanhada. Não me peça que eu não fique assim, que não chore ou que não mergulhe no meu mundo.

Se algum dia você me vir chorando, lembre-se de mim, coloque a mão sobre o ombro e me convide para uma conversa, mesmo que seja sobre o tempo. Porque a cumplicidade que se intui na permanência será suficiente para que eu sinta o conforto do lar.

Se algum dia você me vir triste, não fuja da minha tristeza. Não me transmita a mensagem de que sou indesejável, não me faça sentir prescindível, nem inútil. Porque se você não suportar as minhas sombras, também não merece desfrutar as minhas luzes.

Lembre-me de que o sofrimento que hoje me magoa, me ajudará a examinar meu interior, a respirar e a colocar em ordem meus pensamentos.

Se algum dia você me vir triste e não souber o que fazer, permita que eu compreenda que sou importante mas respeite a minha necessidade de mergulhar em mim, de me acolher, de me examinar. Não deixe que eu bloqueie a minha tristeza, pois ela me ajuda a refletir e a analisar o meu mundo.

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Eu, se um dia me sentir triste, vou tentar falar com você quando eu me sentir forte. Vou tentar me sentir importante, aceitar as nuances e apreciar a bondade e carinho que reside no fato de ter me recebido quando eu mais precisava disso.

Esta mensagem poderia ser escrita por qualquer um de nós atravessando um período ruim. Dá na mesma se somos crianças ou adultos; um abraço sem questionamentos nem perguntas nos ajuda a equilibrar nossas emoções e a captar a mensagem que nos enviam.

Que o nosso entorno não julgue, nem menospreze o estado emocional que acompanha, e que nosso valor não seja determinado pelo nosso sofrimento. Isso é fundamental para confiarmos em nós mesmos.

Há abraços, palavras, aparência e centenas de gestos que transmitem essa mensagem. O que nos ensina social e emocionalmente a reação dos outros à nossa tristeza vai muito fundo em nossa mala.

Se as pessoas que nos rodeiam responderem com rejeição, é provável que acabemos sentindo que há emoções que não são merecedoras de respeito. Muitas vezes, isto nos conduz a uma falsa identidade de pessoas excessivamente alegres e otimistas.

Mas a tristeza também compõe uma parte de nós e de nossas circunstâncias que tanto determinam os tons que nos acompanham. Por isso, se alguma vez virmos alguém do nosso entorno triste, não podemos rejeitá-lo. Trata-se justamente de fazer o que gostaríamos que fizessem conosco. Nem mais, nem menos.

Texto originalmente publicado no La mente es maravillosa, livremente traduzido e adaptado pela equipe Revista Bem Mais Mulher






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