quarta-feira, julho 24, 2024

Relacionamentos descartáveis

Relacionamentos descartáveis

Depois de meses que me permiti ficar sozinha e não buscar sexo, resolvi experimentar mais uma vez um aplicativo de relacionamento.

Eu já sabia que encontrar um homem de verdade dentro de um aplicativo desses era como achar agulha no palheiro.
Mas por ser bem resolvida, estar também a fim de sexo e alguém inteligente, resolvi arriscar.
Muitos matches vazios com pessoas que mal sabiam conversar.
Até que ele apareceu.

Cumpriu com o mínimo de exigências que procuro em um homem.
Era inteligente, charmoso, tinha senso de humor e conversamos muito. Por telefone.
Ele não tocou no assunto sexo. O que me chamou a atenção.
Não me pediu fotos sensuais e ainda disse que estava em busca de um relacionamento sério.
Será que era a tal agulha no palheiro?
Resolvi me encontrar com ele.

Chequei as redes sociais, fotos com família, comentários de conhecidos e ele era querido e tinha uma vida bem real.
Quando olhei pra ele, não achei tão charmoso como nas fotos.
Mas era interessante e não demorou muito para rolar o primeiro beijo.
Não foi aquela química de ver estrelas, mas ok.

Jantamos, conversamos muito, e aí começaram os sinais.
Ele dizia que não ligava pra status, dinheiro e falava mal dessas pessoas interesseiras.
Contou histórias de mulheres, mulheres de amigos, mostrou conversas no Facebook com outras pessoas.
E mesmo dizendo que não ligava, repetiu a palavra dinheiro mais de 50 vezes.
Não liguei.

Coloquei na cabeça que aquela noite quebraria meu jejum sexual.
Por mim.
Coloquei meu lado masculino pra funcionar.
Vi que não combinávamos em muitas coisas, que relacionamento sério seria praticamente impossível, mas me permiti.
Eu tenho uma condição de vida boa. Minha família tem apartamento de frente para o mar em um dos lugares mais cobiçados do Rio.

Ele, por outro lado, possuía um negócio próprio pequeno, mas era trabalhador.
Isso contava. Não o quanto ele ganhava, mas o quanto ele lutava.
Não ligo mesmo para status social.

Procuro pessoas de coração bom, com objetivos na vida, com a alma leve.
Sou sensível, diria até sensitiva. Senti a tensão nele. Parecia que ele não relaxava há anos.
Mesmo com tantos sinais contra, insisti em deixar pra lá e curtir a noite.
Fomos para o meu apartamento.

Então, mais uma vez, os papos sobre dinheiro voltaram.
Cortei e falei sobre outras coisas.
Mas o beijo foi bom e fomos pra cama.
Não foi nada demais.

Mas eu soube me satisfazer porque conheço meu corpo.
Ele, sedentário, não tinha o mesmo pique que eu, que adoro esportes.
A conversa continuou.
Antes ele se mostrou cabeça aberta, mas contou muita vantagem sobre quantas mulheres estavam atrás dele e que ele não saía apenas por sexo.

Rotulou muitas mulheres de vagabunda.
Não tinha uma boa relação com as filhas e também não tinha uma turma de amigos.
O ego cresceu.
Na testa dele estava escrito PROBLEMA em letras garrafais, mas eu ignorei porque coloquei na cabeça que era o que eu queria aquela noite.
Dormimos e quando acordamos rolou muita conversa e um pouco de sexo.
Ele não saiu correndo da minha casa, mas me julgou por histórias minhas de erros cometidos no meu passado, com homens.

Ele contou coisas muito mais graves do que minhas experiências que não deram certo.
E lembro que quando começamos a conversar, ambos concordamos que ninguém vive de passado.
Depois que ele foi embora, ainda estava naquela sensação boa de quem fica tanto tempo sem sexo e se satisfaz.
Fui para o mar, encontrei minhas amigas, rimos juntas.
Mas quando voltei pra casa e olhei a cama que havíamos dormido, senti um asco.
Lavei todos os lençóis. Coloquei os travesseiros no Sol.
Mudei de quarto. Nem deitar ali eu queria.

No dia seguinte meu corpo respondeu com uma virose do nada.
Parecia que estava querendo limpar a energia pesada que o cara deixou.
Falamos algumas vezes por whats e até cogitei o segundo encontro. Achei que estava exagerando. Até aí ainda não tinha ligado os pontos. Talvez meu ego quis que ele me procurasse enlouquecidamente para eu negar.
A noite ele mandou mensagem de algo que seria muito mais digno ligar.

Falou que seríamos amigos. Me elogiou um monte como pessoa. Falou que poderíamos sair outras vezes.
Aquele papo básico de quem fala em sinceridade, mas esqueceu de falar lá no começo que não tinha cabeça aberta e que procurava um relacionamento sério com uma santa sem passado.
Eu, a rainha dos textões no whats, respondi em 3 linhas.

Concordei. Falei que éramos muito diferentes. Agradeci o boas melhoras, porque ele sabia que passei o dia mal.
Desfiz amizade no Facebook, apaguei os contatos dele. Deletei tudo ali mesmo.
Agora, depois desse textão, vou falar o que aprendi com isso:

Fiz o que fiz porque eu estava a fim. Em nenhum momento criei expectativas.
Errei ao trazer ele para minha casa, um motel seria muito mais apropriado.
Eu me vi como a próxima que ele mostraria para a futura mulher que caísse no papo dele.
Mas me poupei.

Não mandei fotos sensuais, nudes e nem escrevi putaria.
O jeito como ele falou dos outros me mostrou o tamanho da insegurança dele.
O quanto ele era mal resolvido com mulheres e o quanto, sim, ele dava valor para dinheiro e status.
Tudo que ele falou refletiu exatamente quem ele era.
Essa é uma das vantagens da nossa maturidade.
Conto isso para vocês como um alerta.

Não exponham a intimidade em WhatsApp.
Falem por ligação, cuidem com o que escrevem.
Percebam os sinais e não ignorem, como eu fiz.
Fui egoísta pensando no que eu queria. Impulsiva mesmo. E fiz sem culpa, arrependimento ou remorso.

Você pode ir pra cama sim, no primeiro encontro, o corpo é teu.
Mas não espere que no dia seguinte o cara te traga flores.
Vivemos ainda em um mundo machista.

Uma coisa que me chamou a atenção foi que ele me falou que os homens mostram uns para os outros quem eles estão “pegando”, riem da nossa cara e se acham os “predadores” contando vantagens.
Homem é bom de papo. Falam absurdos quando querem te levar pra cama.
Mas não se intimide por isso. Cuide com o modo como você se expõe.

Vá sem expectativas. Vá por você. Vá para se satisfazer.
Mas cheque bem as redes sociais antes. Anote placa do carro, avisa uma amiga, veja amigos em comum e se possível, peça informações.

Vi uma cena em um seriado, o Sense8, que dizia:
“Todos nascemos do sexo. O sexo não deve ser temido, mas honrado.”

Sexo com amor nem se compara, e independente da experiência não ter sido a melhor possível, jamais se culpe.
Sempre existe algo para aprender.

(A autora preferiu não assinar justamente para não se expor)

Eu o amei até que o meu amor próprio disse: “Não é para tanto”

Eu o amei até que o meu amor próprio disse: “Não é para tanto”

Eu o amei até que o meu amor próprio disse “não é para tanto”. Deixei as vendas dos meus olhos caírem, tirei as correntes do meu coração e até o salto alto para me colocar à sua altura. Então pude enxergar: você não é o amor da minha vida, nem o de um dia, nem o de um instante: é somente alguém que me fez acreditar que eu não era nada, quando na verdade, sou tudo.

Perceber que “você não é para tanto e nem eu sou para tão pouco” é sem dúvida um gesto de revolução pessoal. Um ato de coragem e de autoafirmação da autoestima que nos dignifica. Contudo, é preciso admitir que nem todo mundo dispõe deste tendão psíquico e emocional capaz de colocar um limite entre o amor próprio e a dependência. Entre a dignidade e a renúncia.

“É possível ferir o amor próprio, mas nunca matá-lo.”
-Henry de Montherlant-

Sabemos que a palavra “amor próprio” está em alta. Que existem muitos livros, manuais e cursos que repetem quase como um mantra que “ninguém pode estabelecer um relacionamento saudável se primeiro não amar a si mesmo”. Mas conhecer o conceito não significa que saibamos aplicá-lo da melhor forma.

O amor próprio não se constrói apenas através de um livro ou refletindo sobre ele. Não é uma entidade passiva, justamente o contrário. O amor próprio é um estado de apreciação absoluta de si mesmo que cresce a partir das ações que edificam a nossa própria saúde física e emocional. É uma dimensão dinâmica que costuma também passar por alguns altos e baixos.

Sugerimos uma reflexão sobre isso

Você nem era para tanto, mas dei todo o meu mundo para você

Os astrônomos comentam que no universo acontecem fenômenos muito semelhantes a nossas relações afetivas. Apenas a título de exemplo, existe uma nebulosa chamada Henize 2-428 que, vista a partir do telescópio, fascina pela sua beleza singular e peculiar mistério. Na verdade, esta nebulosa é a união de duas anãs brancas, duas velhas estrelas na última etapa de suas vidas, definhando.

Mas o curioso desta dupla é que uma orbita ao redor da outra a cada quatro horas. Conduzem uma dança letal mas incrivelmente bela onde cedo ou tarde acabarão colapsando. De alguma forma, também nós, sem sermos corpos celestes, desdobramos este jogo de forças. Sabemos que existem amores destinados a ser pouco mais que o pó de uma lembrança, mas os alimentamos mesmo assim. Orbitamos ao redor deste amor insano, nessas ondas gravitacionais onde pendurar a autoestima para que o vento a leve.

Talvez esse amor não fosse para tanto, mas até percebermos, até a dignidade não pesar mais do que a rendição, as lágrimas e a dependência, não abrimos os olhos. Contudo, é preciso esclarecer: não se deve alimentar o culto ao sacrifício. Porque nenhum universo pode sufocar desse jeito a nossa própria individualidade, nosso amor próprio, nossa luz única e excepcional.

A receita do amor próprio

Imaginemos por um instante o amor próprio de um jeito muito concreto: como um esqueleto, o nosso. Ele nos dá sustentação, força, resistência e nos garante um movimento harmonioso e correto para nos desenvolvermos no dia a dia. Se este esqueleto tiver a tíbia ou o fêmur quebrado, precisaremos de muletas ou cadeira de rodas. Seremos dependentes.

Esta dimensão pessoal precisa de um suporte de vida excepcional. Contudo, sabemos que de vez em quando tem os seus altos e baixos, o seu desgaste e a consequente dor. Por isso, vale a pena considerar os fatores que fazem parte dessa receita para mantê-lo em “bom estado”.

Pilares para consolidar o amor próprio

O primeiro pilar é, sem dúvida, a coerência pessoal. É outro termo que muitos defendem e poucos aplicam, porque é preciso, acima de tudo, coragem. Por coerência nos referimos à necessidade de manter uma correlação entre o que sentimos e o que fazemos. Entre o que pensamos e o que expressamos.

Às vezes, é melhor priorizar o que você precisa em vez do que você gostaria. Por exemplo: talvez agora mesmo você tenha terminado um relacionamento amoroso. A solidão e a amargura o desesperam e o que você quer com urgência é encontrar alguém que alivie esse vazios.Mas… de verdade, você acha que é disso que precisa nessas horas?

Definir um limite saudável. Em inglês usa-se o termo curioso chamado “frenemies” que poderia ser traduzido como “ami-inimigos“. Designa essas pessoas que habitam o nosso redor vestidas como amigos, mas que na verdade são maldosos, são inimigos. Limitar esses vínculos e interações é uma coisa vital.

Viva intencionalmente, não aceite migalhas. O amor próprio precisa de determinação, não servem os amores pela metade, nem as risadas de dia e as lágrimas de noite.

Viver com intenção é entender que para ser feliz é preciso tomar decisões, e não orbitar erraticamente ao redor dos outros como um corpo celeste que cedo ou tarde acabará colapsando para desaparecer. Aprendamos a brilhar, a ter luz própria, voz firme e um coração digno e valente para atrair aquilo que verdadeiramente merecemos.

Mau humor do pai causa estragos no desenvolvimento emocional e cognitivo de seus filhos

Mau humor do pai causa estragos no desenvolvimento emocional e cognitivo de seus filhos

Friedrich Nietzsche disse, “Aquele que não tem pai, deve procurar ser um”. O filósofo dizia isso pela importância que os pais tem no desenvolvimento das crianças, exatamente como as mães. De fato, tanto o amor ou rejeição do pai ou da mãe pode afetar profundamente o equilíbrio emocional, auto-estima e saúde mental dos filhos.

Diferentes estudos que levaram em consideração a ausência do pai, chegaram a conclusão que isso acarreta na criança sérios problemas de adaptação, bem como o surgimento de comportamentos destrutivos e risco à medida que crescem. Obviamente, a sua presença e compreensão têm o efeito oposto: eles facilitam a adaptação da criança e promover o desenvolvimento psicológico saudável.

Estado mental do pai afeta diretamente seus filhos

Pesquisadores da Michigan State University realizaram um estudo que analisou a importância dos pais na vida dos seus filhos. Ao longo da pesquisa coletou dados de cerca de 730 famílias em todo o país.

Esses psicólogos focados em analisar os efeitos do estresse dos pais e problemas mentais, como depressão e ansiedade em crianças. Eles descobriram que esses problemas afetam a relação dos pais com as crianças e, portanto, influenciou o desenvolvimento destes.

Obviamente, este é um resultado previsível, algo como descobrir a água quente próxima de um vulcão extinto. No entanto, o mais interessante foi que o estado mental dos pais teve implicações de longo prazo sobre seus filhos, especialmente relacionadas com as habilidades sociais, tais como auto-controle e capacidade de cooperar com seus pares.

Por exemplo, verificou-se que quando os pais sofriam de depressão durante os primeiros anos de vida de seus filhos, isso poderia afetar mais o desenvolvimento social de crianças que a depressão ou a ansiedade materna. O estudo também descobriu que um alto nível de estresse dos pais quando seus filhos estão entre 2 e 3 anos, é particularmente prejudicial para o desenvolvimento cognitivo e da linguagem.

O estranho é que esses problemas surgiram independentemente da influência positiva que poderia exercer sua mãe. No entanto, como esperado, a influência dos pais foi mais evidente em meninos do que meninas, provavelmente porque eles se identificam mais com a figura do pai e, portanto, o seu comportamento os afeta mais.

Os danos causados ​​pela ausência de amor parental

Nos últimos anos, os psicólogos começaram a estudar mais profundamente o papel dos pais no desenvolvimento da criança. Assim, tem havido várias investigações que destacam a importância da figura paterna. Tem apreciado que quando as crianças têm um pai que está envolvido ativamente na sua educação, estão mais confiantes para explorar seu ambiente e são mais emocionalmente estável à medida que crescem. Eles também tendem a ter melhor desempenho escolar e desenvolver habilidades mais sociais.

Recentemente, alguns psicólogos da Universidade de Connecticut analisaram dados de 36 estudos envolvendo 10.000 pais e seus filhos. Estes pesquisadores queriam entender como um pai distante ou frio pode afetar o desenvolvimento de seus filhos. Eles descobriram que as crianças que foram rejeitadas por seus pais, mostrou sinais de ansiedade e insegurança, assim como o comportamento mais agressivo e hostil.

Estes resultados tornam claro o fato de que os pais são tão importantes para o bem-estar psicológico de seus filhos como as mães, e eles têm uma grande responsabilidade no desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças.

Como melhorar o humor dos pais?

A paternidade não é uma tarefa fácil, especialmente para os novos pais. É normal para os pais, como mães, têm os seus próprios medos, inseguranças e preocupações. Para isto se acrescentar que muitos pais se sentem compelidos a parecer forte e ser o apoio emocional de seus parceiros, de modo que estão em maior risco de se sentir sobrecarregado emocionalmente. Na verdade, esta situação torna-os mais propensos a sofrer de stress elevado, o que irá fazer mal a pequena.

Reconhecer os sinais de estresse. O primeiro problema é que muitos pais têm impregnada em sua rotina diária e sentir-se obrigado a ser os chefes de família, nem sequer reconhecer os sinais de stress. Portanto, o primeiro passo é reconhecer que você se sente ansioso ou estressado. Também é importante que você detectar os gatilhos de stress na sua vida diária, para que possa eliminar ou, pelo menos, minimizar o seu impacto.

Reserve um tempo para você. É importante que os pais têm uma vida para além do cuidado e atenção que eles podem dar ao seu filho. Então não se esqueça de passar tempo de qualidade com o seu parceiro e não abandonar completamente seus hobbies.

Expresse como você se sente. Falando sobre seus medos, preocupações e ansiedades irá ajudá-lo a se sentir melhor. Não há necessidade de esconder esses sentimentos. Na verdade, é importante que seu parceiro sabe sua preocupação sobre ser um bom pai e apoiá-lo, sentimentos que você vai fortalecer os laços que os mantêm juntos.

Se você está lutando para navegar na dinâmica da família, a terapia pode ser um ótimo recurso para orientação.

Publicado originalmente em Rincón de la psicología – Tradução e adaptação: Revista Bem Mais Mulher.

Fontes:

Vallotton, C. et. Al. (2016) Child behavior problems: Mothers’ and fathers’ mental health matters today and tomorrow. Early Childhood Research Quarterly; 37: 81-93.

Khaleque, A. & Rohner, R. P. (2011) Transnational Relations Between Perceived Parental Acceptance and Personality Dispositions of Children and Adults: A Meta-Analytic Review. Personality and Social Psychology Review, 2011; 16 (2): 103-115.

Ser Mãe

Ser Mãe

Neste vídeo, Marcos Piangers fala sobre mães solteiras.

Ele compartilha o que é ser mãe solteira, embora algumas mulheres decidam ser mães sozinhas, outras vêem-se obrigadas a fazê-lo por diversas circunstâncias.

Ele narra um episódio que aconteceu na sua infância: Eu lembro de uma apresentação escolar em que minha mãe não chegou a tempo. Lembro de fazer a apresentação olhando pra entrada do teatro, esperando que ela chegasse. Lembro que a minha parte na apresentação passou, e ela não chegou.

Todas as apresentações passaram e todas as crianças foram embora com as suas mães. Ficamos eu e a professora no teatro vazio. Esperamos por um tempo. Arrumamos as coisas. Começamos a descer alguns lances de escada. Quando chegamos no último lance de escada, vi minha mãe correndo, bolsa em uma mão, casaco em outra, chave do carro caindo. Ela tinha ficado presa no trabalho. Deu pra ver que estava sentida com o atraso.

Nunca vamos ficar ricos

Nunca vamos ficar ricos

Neste vídeo, Marcos Piangers fala sobre o tempo gasto com nossos filhos.

Ele compartilha uma conversa com sua amiga: Uma amiga minha, a Bia, decidiu trabalhar só meio período depois que o filho nasceu. Quer participar de cada momento. “Mas, Bia, assim você não vai ficar rica nunca!”, alertou um amigo. É verdade. A Bia ganha menos dinheiro. Mas eu conversei com ela esses dias e ela estava mais feliz que o Bill Gates.

E daí, a pergunta: quanto tempo diário os pais dedicam aos filhos? Não se trata daquele tempo de ordem prática, de levar à escola, de ir buscar, de atividades cotidianas e habituais. Trata-se do tempo de atenção, de carinho, de compartilhamento, de amor generoso e compreensivo.

Quanto tempo diário para ouvir um filho? Para mergulhar-lhe nos olhos e ouvir os anseios de alma?

Oração ao Vento

Oração ao Vento

Vento, faz de mim brisa e leva-me para passear pelos campos de arroz da China quando eu sentir que meu peito não aguentará mais tanta ansiedade. Alivia com sua leveza o peso que se instala em mim depois de um dia difícil e repleto de cobranças e pressões externas. Sopra para longe a angústia que se aloja por aqui quando me faço acreditar que não sou boa o suficiente ou sempre que acredito precisar superar alguma expectativa alheia. Ah vento, transforma-me em brisa e ajuda-me a sentir o peso das plumas e parapentes, ser veículo para o perfume dos lírios e o frescor para aliviar as noites de verão. Transforma-me em brisa e ameniza a expectativa sobre o futuro, desacelera minha mente e refresca meu coração para que eu retorne ao ritmo natural terra.

Vento, trás para mim a doçura das gardênias que me levam de volta à infância, despe-me do que não é meu, faz-me mais leve e convida-me para dançar pelas montanhas enquanto vens comigo aprender os passos das músicas cantadas pelos pássaros. Vem bagunçar os meus cabelos e se misturar ao meu espírito. Vem me mostrar por dentro todas as potencialidades que carrego no peito e todas as possibilidades que vivem aí fora. Vem me conectar com o mundo, faz-me presente em mais de um lugar, pulveriza minha essência enquanto vamos juntos balançar as sedas do oriente, desafiar os coqueiros da Califórnia e brincar com as dunas branquinhas do Maranhão.

Vento, me faz vendaval quando for necessário jogar as folhas secas no chão. Faz de mim o redemoinho que limpa as calçadas e o vento sul que desorganiza a estante e quebra os vasos das janelas que precisam ser fechadas. Me faz corrente de ar quando for a hora de mudar as portas e ajuda-me com sua força a levar até as nuvens tudo aquilo que precisa de um outro ângulo. Dá-me o poder de bagunçar o que estiver muito dentro da normose e o que parece muito perfeito. Ah vento, quando for a hora, me transforma em furacão. Me faz destruir tudo que precisa ir ao chão!

Leva-me em direção ao Leste, varre a poeira que me cobre os olhos e ilumina meu caminho para que eu possa voar e enxergar como uma águia. Clareia todas as minhas percepções, aguça os meus sentidos e livra-me dos velhos hábitos. Dá-me coragem, ajuda-me a desafiar o mundo e a encontrar minha independência.

Leva-me em direção ao Sul sempre que for necessário reencontrar minha inocência e alegria. Ajuda-me a destruir a ilusão das imagens que criei e ensina-me a sentir novamente a soltura e leveza que habitam minha essência. Livra-me do peso do ego e do orgulho egocêntrico e traz novamente o riso fácil da minha criança.

Vento, guia-me em direção ao Oeste sempre que for necessário penetrar a quietude do meu ser, olhar para dentro, buscar minhas respostas e encontrar forças para alcançar meus objetivos. Me guia caverna adentro até encontrar aquilo que fui buscar e prepara-me para o futuro que está lá.

Ah! E leva-me por favor ao Norte sempre que for o momento de agradecer e reconhecer toda a sabedoria adquirida. Traz-me o equilíbrio da dualidade, conecta-me aos meus antepassados e me ensina a ouvir a terra.

Ah vento, vem. Pode vir. Toca a minha alma e faz de mim tua filha. Deixa eu te acompanhar por aí enquanto és brisa, ganhar força enquanto cruzas os oceanos, encontrar limites quando esbarras nas cordilheiras e encontrar caminhos por entre prédios de concretos. Ensina-me a desafiar estruturas sólidas, traz para mim a sabedoria de quem não vence sempre e a paz de quem conquista o milharal. Ensina-me a não ter imagem, rosto e forma. Mostra-me como ser sentida em todos os lugares pela simples presença de estar e assim simplesmente ser sem cor e despida de forma. E por fim, ajuda-me a ser suave e me ergue como uma pipa guiada pela inocência daquela criança cujo sonho é voar alto.

Recomeçar faz parte de viver.

Recomeçar faz parte de viver.

Muitas vezes é preciso abandonar velhos padrões, roupas, estilos e hábitos para o novo acontecer. Deixar o velho para se abrir às novas possibilidades pode ser bastante doloroso, pois não estamos acostumados ao desapego. Há certo conforto e segurança na inércia e por isso não nos movemos por espontânea vontade. E assim, o tempo passa até que a vida acaba por decidir por nós mesmos. Ela evolui como uma espiral, e espera que façamos essa viagem com ela, sempre para cima, crescendo e evoluindo. Não adianta meu amigo, a vida vai fazer você rebolar.

Algumas pessoas têm dificuldade de abandonar até mesmo aquilo que lhes faz mal por temerem o desconhecido. Ficar com que lhes é mais familiar é também assumir todos os prejuízos emocionais e perder a própria vida.
Arriscar é viver. Um passo à frente e tudo pode ser diferente. Basta dar o primeiro passo.
Para recomeçar, uma boa parte de nós precisará morrer para outra começar a viver. Assim é o ciclo da vida. Permitir este renascimento requer coragem, e essa é uma atitude que vem do coração.

Permita viver novos caminhos, e sinta-se merecedor dos bons frutos. Para uma boa colheita, faça de hoje o terreno de amanhã. Prepare o solo, plante seu jardim, e regue com amor. Aja com fé e autoconfiança. No tempo existe a sabedoria, por isso, respeite-o. Planeje o seu futuro com consciência no presente e não deixe que seu jardim morra por falta de cuidado. Faça as coisas acontecerem, e isso só depende de você.

Saia da zona de conforto! Existe um universo de novas possibilidades esperando por você.
Quando movemos com propósito, somos guiados para divina abundância, que é assim como o universo age, e assim geramos mais energia criativa, de modo que as coisas começam a fluir com mais prazer.

E assim é quando direcionamos nossa vida para nossas realizações, e assim fazemos com determinação e gratidão, a vida se expande e abre novos caminhos para a nossa felicidade.
Então, mãos à obra que a vida não para pára juntar os seus cacos, ela está acontecendo. Aproveite e faça uma boa e proveitosa viagem.

Falar o que pensa requer coragem, mas pode custar caro

Falar o que pensa requer coragem, mas pode custar caro

Falar o que pensa requer coragem, humildade (às vezes um pouco de arrogância), e vai sempre resultar numa consequência. Se minha opinião difere da sua, não há mal algum em receber outros pontos de vista. Acho até muito interessante observar outro pensamento para determinado assunto. Ele pode me fazer refletir um pouco mais, pode me apontar novos caminhos e para isso, preciso também estar aberto a eles. Posso mudar de ideia, ou não, e está tudo bem.

A verdade é que, com a internet e as mídias sociais, temos uma oportunidade de debater assuntos instantaneamente, e isso é fantástico. Podemos falar sobre algo que todos viram, trocar mais informações e experiências e dentro disso haver vários entendimentos. Justamente porque pessoas são diferentes. Não precisamos entendê-las, precisamos apenas respeitá-las.

Penso que podemos ser decentes em apontar nossas ideias sem agredir, podemos nos respeitar.

Um encontro de debates, como o que a internet nos favorece, só não pode resultar em discórdias e inimizades, aí penso que perdemos com isso. Por mais que esse tipo de troca de ideias seja uma linha tênue entre o respeito e a má discussão, não há razão para querer colonizar o outro. Não precisamos disso. Sejamos livres em nossos argumentos e achismos.

Dizer o que pensa é mesmo uma atitude de risco pois trata-se de uma exposição, e isso é o tipo de coisa que traz ou afasta pessoas de você. Expor o que pensa pode também custar caro.
Por isso há muitas pessoas que ficam em cima do muro ou não querem tomar suas posições. Por vezes é melhor mesmo calar que se indispor, e isso também é agir com sabedoria.

Penso que uma dose de humildade e inteligência são receitas mágicas que podem guiar essa comunicação.
Assim a gente aprende, assim a gente evolui. Vamos trocar nossas ideias, vamos entendendo essa lógica de mundo, que mesmo querendo, não é tão lógico assim.

Namore alguém que cuide de você e te fortaleça emocionalmente

Namore alguém que cuide de você e te fortaleça emocionalmente

Namore alguém que desperte o seu riso fácil, alguém que ame o seu jeito bagunçado e que se importe com o que você sente. Alguém que não dê as costas para a sua dor e que o acolha, mesmo não entendendo os seus porquês. Namore alguém que seja seu amigo, que goste da sua risada escandalosa e que veja graça nas suas piadas sem graça.

Namore alguém que emocionalmente o ame por inteiro, sem desculpas. Alguém que deixe os “e se” de lado e queira viver uma história ao seu lado.

Namore alguém que emocionalmente ame o seu jeito desastrado de ser, porque sabe que, mesmo quebrando tantas coisas e derrubando tantas outras, você jamais quebraria o mais importante: o seu coração. Alguém que veja que, por detrás dessa pose de durona, há alguém com um coração disposto a amar, mas que, talvez, depois de tantos tombos, preferiu recuar. Alguém que seja companhia para as tempestades e não apenas quando o sol decide brilhar.

Namore alguém que emocionalmente te ame sem precisar de maquiagem para ganhar elogios, sem precisar de roupas novas para reparar em você, alguém que veja a tua alma bonita e que saiba que você tem um coração enorme, disposto a transbordar.

Alguém que não dependa da sua beleza, do seu charme, dos seus encantos e da sua inteligência, para amá-lo. Mesmo você sendo uma avalanche de coisas lindas, causando sentimentos que o desmontem por inteiro, mesmo que você desperte um sorriso apenas com o seu jeito de olhar. Namore alguém que veja além de um corpo, uma admiração e uma atração. Namore alguém que veja e seja amor. Que olhe para aquilo que está além do que os olhos possam ver: a nossa alma bonita.

Namore alguém que emocionalmente o ame, mas que espiritualmente o fortaleça. Alguém que o incentive a ser melhor e que saiba o significado da palavra respeito. Alguém que olhe para você e veja ali a mais bela obra da criação, que veja o seu coração entregue a Deus e que deseje se achegar ao dono do seu coração, antes de conquistá-la.

Namore alguém que o ame da forma mais bonita, alguém que o ame em oração. Alguém que emocionalmente ame o seu sapato colorido, mesmo achando que ele não combina com aquele seu vestido azul. Alguém que deseje ser cuidado e cuidar, ser abraçado e abraçar. Que desperte o seu sorriso e que saiba segurar a sua mão quando tudo estiver indo mal.

Alguém que queira orar com você e por você, como quem deseja ter essa história escrita por Deus. Namore alguém que emocionalmente o ame, como quem tem uma grande mulher ao seu lado, mas que espiritualmente o fortaleça, como quem deseja paz, como quem sabe que o autor da criação tem arquitetado planos maravilhosos para essa criação tão singular: você!

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